sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nota Triste n. 2

O que requer mais coragem: viver ou morrer?
Porque não só desejar a morte, aos 10 anos de idade, mas recorrer efetivamente à ela não é normal.

ps: porém, me recordo, dentre meus 6-8 anos, em certos momentos já desejava a morte.

Nota Triste n. 1

O cotidiano comprime: nos enchemos de direitos e nem sequer conseguimos vivênciá-los plenamente.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mediocridade e Não precisa fazer sentido!

E a vida sem arte é como arte sem vida. Parece não possuir cor, e um arrombo assola a alma, espaço que não consegue ser preenchido... nem dinheiro, nem sexo, e nem gula. É como o pintor que se acomete de Parkinson, bloqueio gigantíssimo que trava a sensação de tempo, como se o disco rodasse, mais o som não sai da vitrola... e não basta trocar o disco. Dá-se um paradigma ao próprio paradigma, bobagem metafísica, nada consola o coração, e quando isso ocorre, que vá pro espaço a razão iluminista

Como partir para a paralaxe? Mudar-se a posição não se mostra fácil, e o até o infinito sem arte é um erro... mesmo na infinita paralaxe a arte é a arte, é o que o meu coração me diz, e ele prefere música e amor até a madrugada.

domingo, 18 de setembro de 2011

Parece que a precipitação sempre lhe ocorre. E o precipitar é sempre inoportuno. Coincidências do acaso, mas sempre quando precisou gritar, sair correndo ou enfrentar a fera, a precipitação era pra seu precipício interior, o que no mundo, o reflexo acaba sendo o seu silêncio. E em horas assim calar-se acaba sendo tão inoportuno quanto a precipitação.
E, por fim, quis grudar-se à terra, como se fosse só raiz, e desaparecer como qualquer poeira. Mas ao acreditar que toda matéria é vida, percebe-se que a poeira também se acomete do sofrimento, e mesmo que desapareça, para ela, sempre estará em algum lugar.

17 de julho de 2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Recorte...

E o coração calmo, despalpitante. Estado de serenidade profunda, combinada com o vento, que neste instante quase inexiste, uma surpresa para cidade, no qual o vento é forte. Os cabelos soltos, não balançam e os gestos apenas fluem com o ritmo das águas gélidas do rio.
Auto-instrução nas profundezas, transparência escura no corpo nu. A pele sempre branca e estremecida, ao alcance de uma pedra, pára. Um homem a viu. Qualquer um desconfiaria das roupas surradas, do cabelo emaranhado e da voz vil; mesmo assim, até o vento insiste em não se alarmar, em não gritar, pedir socorro.
Os pés do homem agitam as águas, ele nem tira as próprias roupas, como se molhá-las fosse o menos insignificante em uma situação, para outros olhos, instigante. Martírio do homem ao lutar contra ás águas e não chegar ao alcance da moça. Poderia estar mais quente, a vida menos turva aos seus olhos, sua boca menos seca e seu corpo mais úmido.
Finalmente, após longa luta, segura seu braço, impede o fluxo, e o coração? Continua calmo. Trazê-la para a terra, aos cuidados de não sujar-lhe o corpo. Finalmente um grito cortante, o susto, juntamente: o esmalte vermelho e o rosto juvenil:
- Socorro!!!
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Manchete: morador de rua encontra corpo de jovem desaparecida a três meses.
A jovem, de 15 anos, desapareceu em março, quando ia para a escola, tudo indica que seu ex-namorado, de 18 anos a seqüestrou. Segundo os policias o corpo apresentava sinais de violência sexual e foi jogado no Rio Itabiruno horas antes de o morador de rua, o senhor Ignaldo, encontrá-lo.