sexta-feira, 28 de outubro de 2011

E a angústia... o verdadeiro alimento da alma

E fumava o cigarro tranqüilamente, não pensava, sentia. Com se sente a dor de estar vivo, a vida partida ao meio; o reflexo no espelho, apesar de mudo, lhe fazia a mesma indagação: o que aconteceu? Talvez só o tempo que voltou, aos tempos de angústia discriminada e insensata. A grande alegria da manhã não lhe bastava, egoísta que era... talvez apenas desejasse novos horizontes... como o peregrino perdido no meio do deserto, talvez desejasse não desejar um rumo. A vida sem existência; não compreender é uma sorte, mais quem realmente compreende?
O espelho, apesar de inerte, também abriga a vida, e os outros através dele, conseguem descobrir o seu âmago, olhando ao fundo do seus olhos – os olhos do espelho, que mesmo mudos, falam em alto e bom som... mas é como se sussurrassem: acorde do sonho da vida. Naquele espectro de irrealidade que somente ele carrega, mais que ela, naquele momento, conseguia pressentir e sentia que poderia carregá-lo para o resto da vida. A mesma sensação, em horas obscuras: o que aconteceu?

Ou então, o que mudou? Que não poderia mais continuar, nem o mesmo caminho, nem ser a mesma pessoa, muito menos sentir as mesmas sensações com as mesmas pessoas. Só a sensação do cigarro lhe era familiar. Entretanto, nada familiar, porque nem a sua família lhe era familiar, menos o cachorro, tão íntimo do espelho, que descobria o âmago dela, através dele... sem que ela desconfiasse.
Perplexa de si, querendo esmagar-se, ou esmagar a angústia, a indagação, o vício pelo cigarro... o que aconteceu??

Muda de si.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Sai desse sufoco rapaz...
Até parece que tem o corpo oco, fazendo de si uma cidade.
Como que de valente fez da própria trajetória uma história,
Sem se importar se havia afinal alguma vitória.
Porque nem a existência possui finalidade!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Coração capital

No cais o cálculo da cabana.
(Cigana!!)
O corpo com carícia,
(Malícia...)
cabelos, curvas... à cabeça, a cachaça.
(que logo rechaça,)
Como se cordialmente conceituasse: contorno.
(pensando retorno,)
Compondo o canto, ao capítulo do conto.
(PONTO!)
Como se a calamidade caiasse a calmaria, culminando cà no calabouço.
(Por isso eu ouço...)
Coração.
(Pede perdão)
Caótico. Caos, confusão.
(logo de antemão!!!!)