Não importa se está chovendo, ou se o sol está no alto com toda plenitude, o teu arco-íris é o único que sempre desejei e sempre vejo. E vejo apenas quando me respiras, quando me paralisas e tira o tom cinza mofo da vida insípida, insossa, insolúvel, insistente e insofismavelmente insustentável.
O que está a esperar? A epopeia de minha morte?
Devora-me, devora-me paixão ardil, consuma-me inteira, até que só reste o meu sangue e a tua plena graça, até que só restem do pranto as lágrimas secas, ou a gargalhada ensandecida. Pois de ti não quero mais nada além da força e da intensidade. Quero vida imersa no surreal, carne, sabor e cor.
Agarra-me com teus trêmulos braços cheios de vida pressentida. Ah... lindos olhos verdes de mar profundo, olha-me, olha-me, não se esqueças de mim, não se esqueças do meu amor e vocifera seus beijos tirânicos em meu todo corpo, todo calor, até o fim de uma eternidade.