terça-feira, 17 de maio de 2011

Poema da Entrega

Entrego-me inteiriça sobre tuas mãos,
como um cordeiro entregue a seus deus
em sacrifício;
porque de mim, nada serei sem ti.

É melhor ser morte e imolação
do que secar incólume,
junto as folhas, no triste outono.

Saberei escorrei meu sangue em seu corpo
para que o ciclo não se quebre, e
com o fim desta vida terrena
possa renascer o nosso amor.

E, enfim, quando chorares minha perda, esganecido,
veja como na morte a vida se completa e surge,
num eterno retorno de águas.

Um comentário:

Lerichsen disse...

Me preocupa de onde veio a necessidade em dizer isso. Mas se faz da miséria uma necessidade de poética eu fico contente em saber que da tristeza consegue dançar. Como um rito erótico com as palavras.