Era uma vez a Menina-muda. Ela sabia falar com precisão e voz muito doce, mas não o fazia.
Falar lhe era desgostoso. Não porque as palavras eram insuficientes, como a muitos parecia, era precisamente porque vivia só, e para si.
As pessoas, os fatos... o mundo, só existiam no íntimo do seu ser, falar era negar essas existências.
Assim que as palavras desvaneciam, seu mundo deixava de existir.
Pensava: "Falo, logo não existo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário