domingo, 27 de fevereiro de 2011
Transcendendo à Imanência.
O nosso ritual já nos é conhecido, do soar da campainha até o ultimo adeus. Contudo, cada vez que nos encontrados é novo fôlego, nova alma, transcendemo-nos. Lembro-me de cada toque, palavra e respiração, que são os mesmos em cada novo encontro, e tão diferentes toda vez que os sinto. Quando me envolves o mundo separa-se ao meio, como se não fosse mais nada, como se ao nosso redor ecoasse um grande vácuo onde apenas escutamos o nosso som de êxtase. Suas mãos tão firmes e sua boca tão doce e voraz, é a nossa tempestade que dá toque surreal as fantasias de ilha deserta, e o vinho que nos enche de uma paixão maior do que imaginávamos, e aquela água a nos encher de mais energia... mergulhamos em nós mesmos.
Os corpos a se envolverem, a pele a arrepiar, os toques de sadismo, línguas e dentes e salivas e unhas e puxões de cabelos e todos frenéticos a exalar aquele cheiro de nossas peles, aquele cheiro que deixamos incrustado no colchão, nos lençóis, nas roupas e até no olhar... E o suor, os líquidos de nossos corpos e até o sangue. A nossa dança e os movimentos lentos... lentos, até se tornarem rápidos, bruscos... e cada encaixe perfeito, mostrando que somos a imanência da perfeição, da loucura, do desejo e do amor. Somos a divindade. E no fim, pergunto-me então, como?, se somos apenas homem e mulher...
Ps: texto de 2010, reencontrado e editado hoje!!
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Da posse inútil e de querer alguém.
Entre o vazio e o inócuo,
no limiar,
o nada e o além;
sempre aonde,
o objeto se encontrará.
De sua essência doce
e caráter inútil,
uma contestação do óbvio:
é meu.
E tornando-se o objeto seu,
na sua inocente posse
existe apenas ausência,
outrossim, ausência de calma.
No limiar, tornar-se-á limiar,
da posse do objeto tornar-se-á objeto,
novamente entre o nada e o além,
pronto para ser contestado.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Uma Negativa a Entidade-Ser!
' Abrace a sua loucura, não perca a direção dela, para não perder a sua direção antes do anoitecer, para vagar entre as várzeas do surreal e irreconhecível tu mesmo! A loucura, para penetrar em tuas paredes de mármore, desmoronar junto a elas. Conhecer os próprios limites... os nossos próprios muros insondáveis e tão dissolúveis. Prova-te, o ferro do teu sangue corrói suas veias, mas você sorri. Nenhuma dor faz sentido. Auto-destruição, auto-restituição. Como já sabido, não se perde nada quando não se tem nada. Os doutos possuem seu conhecimento e tu não precisarás nem de sua carne, pois a insanidade te acometerá eternamente, e eternamente serás o nada.
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