quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Da posse inútil e de querer alguém.

Entre o vazio e o inócuo,
no limiar,
o nada e o além;
sempre aonde,
o objeto se encontrará.
De sua essência doce
e caráter inútil,
uma contestação do óbvio:
é meu.

E tornando-se o objeto seu,
na sua inocente posse
existe apenas ausência,
outrossim, ausência de calma.
No limiar, tornar-se-á limiar,
da posse do objeto tornar-se-á objeto,
novamente entre o nada e o além,
pronto para ser contestado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ausência de palavras
de corpos
afetos
desejo.

Um beijo,um toque, um gesto que não se individua, transforma a pessoa em dependente dos afetos fascistas alheios.

Nossa, vc escreve muito, muito bem...
Você pegou bem o sentimento desse início de século XXI. Tem que transformar essas ideias em livros.
É tão bom ler algo que tem algo a dizer...
Como diria Gilles Deleuze " Um pouco do possível, se não eu sufoco!"

vc já tem um leitor atento do seu blog...