domingo, 29 de abril de 2012

Do caminho e do medo (do mais pesado que o céu)

O que vêm antes, o que vêm depois, não são pois a mesma coisa, por fazerem parte de algo indivisível que é a vida humana? Tão indecifrável e horrível é não saber sobre o passado, mas muito menos, sobre o futuro. É a indecisão do tempo e o erro das previsões. Existem inúmeras chances, mas qual a que realmente importa? Qual a que realmente é certa, e se existe uma... o que é certo?

Incertezas. 'Insoluções'. Incoerências. Insistências. Independências... E o vídeo se repetindo, nova chance, ou novo, e mesmo, erro? 

Não é por isto, então, que o caminho encontra-se no meio da pedra, José? Mas a pedra precisa ser liqüefeita, precisa deslizar e flutuar. Porque o peso não pode aguentar-se, sozinho, no ar, e no coração não pode estar, assim o caminho é mais pesado que o céu. E você deveria saber disso? Mas afirmam-se aí, que a ignorância é o segredo.

 Talvez apenas seguir...  onde o 'pra onde' persiste em te perseguir.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Aquilo que há de mais belo

Impossível não ouvir um socorro de alguém gritando por vida... por qualquer alma fielmente habitada. Impossível não responder e não comover-se.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Nota sem sentido

, importuno inoportuno...

Nota atônita

Hipocrisia, eu quero uma pra viver! Ou será que já possuo alguma e, é justo aquilo que me importuna?

terça-feira, 3 de abril de 2012

Enquanto isso, no escritório...

– Desculpe, o que você quer é um mero detalhe, você é uma peça na engrenagem, só isso, para o mundo você não vale. Você é... substituível, por isso, trabalhe, trabalhe, trabalhe...!

– Você não entendeu Senhor, eu sou um artista!

(Silêncio)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Que se passe aquele dia de felicidades falíveis

E que o fogo suspenda as dores em um trago, nas notas desesperadas de um sussurro perdido. E que o vento suspenda o tempo em um raio de sol. Que se saiba reconhecer a fragilidade dos que erram e a soberba dos que aprendem rápido, afinal o único erro é deixar passar. E que saibamos agir como se a felicidade não fosse um ideal, não fosse inatingível, não fosse necessária. Que um dia respondamos afinal, porque precisamos ser felizes? E, quem sabe possamos responder: uma má adaptação da espécime ridicularizada pelos séculos, pois não reconhecemos que a tristeza é muito mais necessária, porém traiçoeira.

Que os presos se libertem, e os libertos seja finalmente presos.

Que a roda mostre que sonhar não é tudo, mas que manter os pés no chão, não é nada.

Para que a vida morra, para que tempo regrida, e o filho pródigo vá embora, com todas as honrarias invertidas. Porque tocar no obscuro da vida é muito mais necessário do que se manter no lado da luz. Porque afinal o poeta e o cão não se distinguem, e o matemático não nos serve pra muita coisa.

As dores sempre serão doídas da pior maneira, as lembranças se esmorecem em goles, a cada dia, nos restando a essência de nós, em nossos olhos! Mas o que nós somos? Se ao nascermos somos um papel em branco, nossa essência é o nada. E que isto aqui não é mais nada que o nada.

E principalmente, que as luzes se apaguem na matéria. Que os que gritam silenciosos sejam finalmente ouvidos, que as preces se calem!!! E que a agitação não seja mais a Lei.

Tudo desaparecerá nas memórias, nos corações e no decorrer dos tempos, incluindo-se o tempo.

E que nos negar estas assertivas nos conduz em círculos inexistentes. E que afirmá-las aos quatro mundos não muda o NADA!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ausência, vazio... morte (qualquer nome na falta de um...)

O que fica sempre é vazio, como se nada, nunca, tivesse sido preenchido. Um buraco, um rombo, um roubo de alma, um desgaste de... de quê? Não há nada para ser preenchido. Não adianta embebedar-nos... estamos presos em uma realidade desgastante. Em uma falta de sentido irresistível, em uma solidão irreversível, sonhando com o vôo. Despedaçados, mas em pé, em uma teimosia infantil, determinados a luta infame. A dor permanece aguda e grave em todos os corações... Nós? Não existe nós, não existe o eu. E a angustia de não poder chorar, tão verdadeira, também não existe. Só o vazio, aquele buraco na parede, pétreo, aquele buraco de nós, vivo e insondável.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Clarificando...

Clarificar: do latim clarificare; tornar claro, límpido; esclarecer; elucidar.

Um tempo para clarificar ideias, emoções, situações... jogar fora o impuro e o ranço de outrora. Uma iluminação, nada divina, apenas pautada em uma racionalidade que lhe é opcional.

Foi assim que a sua forma feminina decidiu iniciar uma nova etapa, com certos objetivos ainda não traçados, mas muito bem definidos, pautados em renúncia e desapego, mas com fundos egoísticos bem... digamos, clarificados.
O verbo de ação seria morrer. Loucura? Certamente não, o louco é o medíocre, o que aceita o cotidiano e os ditames dessa contemporaneidade tão arraigada nos corações. E não se trata de uma sacralização, nem, em outros termos, uma banalização deste estado, por vezes patológico, que já muito ocorre. Mas sim voltar a bestialidade bruta, selvagem, a fim de se chegar a um (em termos) livre conhecimento de si e do mundo.

Seria um ano sem conversas, datas comemorativas, moradia, dinheiro, televisão. Um ano estando no mundo sem nada dele o possuir. Estando decidido o "disparo" foi dado. Um ano em que o mundo viveria em ela, e nenhum mísero detalhe necessitaria de sua existência, ou não.

Como seria o regresso? Doloroso? Difícil com certeza... porém, mais puro, ao menos na sua concepção.

Mas nunca imaginou que a primeira vivência dessa nova vida (ou subvida) seria assistir ao sofrimento daqueles que vivenciariam a sua partida e teriam que re-aranjar suas vidas sem ela. A dor da perda de si e a dor da perda do mundo lhe abateu.

E se você pudesse morrer, por um ano e voltar, você aceitaria o desafio??