E o coração calmo, despalpitante. Estado de serenidade profunda, combinada com o vento, que neste instante quase inexiste, uma surpresa para cidade, no qual o vento é forte. Os cabelos soltos, não balançam e os gestos apenas fluem com o ritmo das águas gélidas do rio.
Auto-instrução nas profundezas, transparência escura no corpo nu. A pele sempre branca e estremecida, ao alcance de uma pedra, pára. Um homem a viu. Qualquer um desconfiaria das roupas surradas, do cabelo emaranhado e da voz vil; mesmo assim, até o vento insiste em não se alarmar, em não gritar, pedir socorro.
Os pés do homem agitam as águas, ele nem tira as próprias roupas, como se molhá-las fosse o menos insignificante em uma situação, para outros olhos, instigante. Martírio do homem ao lutar contra ás águas e não chegar ao alcance da moça. Poderia estar mais quente, a vida menos turva aos seus olhos, sua boca menos seca e seu corpo mais úmido.
Finalmente, após longa luta, segura seu braço, impede o fluxo, e o coração? Continua calmo. Trazê-la para a terra, aos cuidados de não sujar-lhe o corpo. Finalmente um grito cortante, o susto, juntamente: o esmalte vermelho e o rosto juvenil:
- Socorro!!!
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Manchete: morador de rua encontra corpo de jovem desaparecida a três meses.
A jovem, de 15 anos, desapareceu em março, quando ia para a escola, tudo indica que seu ex-namorado, de 18 anos a seqüestrou. Segundo os policias o corpo apresentava sinais de violência sexual e foi jogado no Rio Itabiruno horas antes de o morador de rua, o senhor Ignaldo, encontrá-lo.