sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

2010 vezes obrigada!



2010,
um ano de grandes conquistas... um ano inesperado, onde minha vida tomou um rumo totalmente diferente. Aquilo que eu não queria veio e me surpreendeu, aquilo que eu queria veio e me surpreendeu ainda mais, um ano cheio de sonhos, arte e muito amor, junto com meu mineirinho lindo!


As coisas nunca são como agente espera... e esse ano de 2010 me mostrou isso, e me mostrou que viver e esquecer das expectativas pode ser muito bom! Sem dúvida: um ano de aprendizados... um ano de felicidades. Esse ano vai ficar pra trás junto com os já passados, e o que eu vivi se tornou parte do que eu sou e me fez uma pessoa melhor... porque não dá pra ter medo de mudanças, e muito menos de mudar... eu mudei muito em 2010 e me sinto melhor assim.

Dezembro é um mês extremamente nostálgico pra mim, extremamente triste: natal, ano novo e meu aniversário (03.jan) sempre representaram uma coisa negativa na minha vida... mas esse ano eu estou feliz, em paz comigo, alimentar sonhos nunca foi tão bom! Expor sentimentos também, porque a vida, pode sim, ser generosa...

E pensando assim, acho que as palavras certas pra esse novo ano (e pra toda vida) não poderiam ser outras, além de amor e luta, porque sem amor não somos nada e nem luta não chegamos a lugar algum...



Um feliz 2011 a todos...



CARPE DIEM!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

18 horas

Em uma cidade tão grande quanto São Paulo, essa é uma hora interessante, pessoas apresadas, carros e mais carros, bares e mais bares. A correria típica de cidades assim, é o tempo inflamando vidas. Nada mais nítido do que a pressa, para olhos apressados, claro. Basta ir mais fundo, na ferida da cidade, para se acharem coisas inimagináveis.
Hoje, á essas horas... eu estava na rua, sendo mais um, procurando um bar para retirar do corpo o cheiro de estresse. Virar cheiro de happy hour, de conversa jogada fora, de boas amizades. E foi bem nessa hora, antes de concluir finalmente a longa caminhada (até o bar) que meus ouvidos por um instante se atinaram para uma voz imperceptível. Uma voz que lutava contra o barulho de construções, de buzinas, carros, conversas, passos... lutava até com o barulho dos meus pensamentos vazios.
Era suave e infantil, achei-a no corpo de uma menininha de rua. Mendicância: tão pequena, tão bonita... para aquela vida. Mendicância. Dava uma pausa do trabalho e conversava com uma sombra já mais adulta e esperta, e a voz olhava a sombra como se ela fosse o irmão mais velho. Porém, às 18 horas, numa cidade como São Paulo, não se deve desperdiçar um segundo sequer... recriminada a menina de uns 8 anos foi para a rua.
O trabalho cansativo nos faz cegos... como ninguém pode tê-la notado? Alguns trocados sim, de pessoas passando na rua, de carros parados no sinaleiro, mas ninguém prestou atenção. Ninguém quis ver, ou foi o medo de assalto? Simplesmente pressa. E então hora estremi, chegará um dia em que essa menina reluzirá em um lindo corpo de mulher, mas mesmo assim vai continuar não sendo notada.
E ela não parece ser muito esperta, tropeça entre os carros, perde o tempo do sinaleiro... motos parecem assustá-la. Ela, no meio da Avenida, a chance curta, de uma vida curta: brilhar! Brilhou na luz verde, e aí, todos a notaram – pobre menina! – exclamou uma senhora ao meu lado. A morte nos faz santos e estrelas por alguns minutos, antes marginal, agora... poderia ser sua filha. Poderia ser minha filha! – completou a mesma senhora. Sangue.
Sairá nos jornais, a indignação será geral, o motorista fugiu, deveria estar bêbado, onde nós vamos parar? Lugar de criança não é na rua, e todo aquele discurso acomodado daqueles que só a notaram agora, assim como tantos outros que brilharam apenas na hora da morte. Virar mais uma estatística das cidades grandes.... viver no esquecimento, mas quem se importa? Quem realmente, se importa?

sábado, 4 de dezembro de 2010

iniciodopossíveltextocontooualgoassim!

1

Melhor viver no caos. No caos de corações palpitantes e de olhos embebidos de lágrimas. Gritos, risos e dores misturados em dias curtos, onde o calor se encontra mais em corpos humanos do que no sol. A verdade de encontros e não de situações disfarçadas em forças. Sentir a dor da vida.

Porque só assim se vive, pensou. No caos incômodo de não se achar em nada, de sentir tudo e muito. De contar piada. Estava sozinha. Muda, na escuridão de um quarto, de uma hospedaria qualquer, em uma cidade qualquer. O caos, seus pensamentos em caos, como chegara alí? Lembrava-se da estrada, dos pés lamacentos no meio da tempestade, e da criança, da prostituta. Será que ela voltou pra casa e cansou de fugir?? Sim, foi ela que fugiu e não eu. Estou aqui por... por... repudiar a vida insossa que vossa Senhoria me impunha!! Sempre esteve sozinha, fluía sozinha.

E o grito cortante mudou o silêncio de sua alma para sempre. Mas não sabia dizer se o grito saíra de sua boca ou da jovem estendida no chão. Morta. Mas quem morrera, ou ela, Isadora, ou ela, desconhecida. Não se reconhecia no espelho, não reconhecia de quem era o vermelho rubro espalhado pelo chão do quarto. Mas reconhecia o sofrimento no rosto do corpo, reconhecia o vazio dos negros olhos, que pareciam ventar, escancarados a seus pés.

Contraditório. A morte, não parece doer.


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma vez eu li, não me recordo onde, que o corpo é uma dor acostumada.
O que seria a alma então? Uma dor que sempre incomoda?
Talvez...
Minha alma me incomoda muito.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Um Sussuro

Seu nome em manchas, sua vida em curvas. Cores em lábios. Movimentos sutis de um corpo abençoado. Pronto para se beber. Melodia leve no ar. Pronta para se elevar.
Nada melhor do que ser uma boa mulher. Manda na cama e obedece na mesa, te tem por inteiro, e você nem sabe.
Mas ela sabe e te domina e se vai... E você chora, e ela finge que volta, finge que fica boba.
Pobre garoto. Toda boba... é só o inicio, caleidoscópica.
Ela te mata, ela é livre. Não tem lugar.
Quer o mundo. E só quer você por apêndice de uma vida mais fácil.
Não precisar de ninguém, doce Minnie the Mooncher, dorme contigo e sonha com um rei.
E dança... porque a vida é uma dança incansável. Um sussurro.

Folha solta ao vento.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Disciplinante-mentes...

Aprendei toda e qualquer disciplina
irracional, ou não.

A disciplina das necessidades
das regras absolutas
(ou relativas)
A disciplina da vida, da morte, do nada...
Do comportamento e caráter
A disciplina da moral na quantia certa
Oh
disciplina imoral!

Não se esqueças... a disciplina do caráter,
a mais penosa.
por estar ligada à disciplina dos sentimentos...
achais difíceis tais procedimentos,
pois, disciplina-te a alma!!
Saibas sorrir quando se deves e
exaltar emoções apenas quando necessário.
(mesmo que falsos sejais)
Vamos mon chéri, fale francês, sente-se e cruze as pernas,
não deixeis seu coração se afogar em lágrimas,
nem arder de ódio e fúria...
use o cartão de crédito.
Disciplina-te!!
Ergues a cabeça e sorrí
Sorri para teu próprio carrasco.
Obedece, mata-se,
poupe-lhe o trabalho,
arranques o próprio coração
e voláteis não sejais.

Disciplinai-vos também os corpos inteiros.
Até os ossos.
Man, pense, disciplina-te,
mas, com a cabeça de cima!
Não sinta prazer pelo prazer
nem pelo amor
(indisciplinável)
Sinta prazer por disciplina,
sexo acasual.

A disciplina é o jogo, e você pensa
“minha necessidade faz minha disciplina”
baby, mas é a disciplina que faz sua necessidade!
Oras... vós não sois nada, disciplinai-vos
e venceis!

domingo, 29 de agosto de 2010

Sentimentos, tantos, tantos...
Dormi homem-aspereza, acordei mulher-polidez!
Noite abismo, separando figuras,
ser bom quando precisa-se da crueldade,
bondade ínfima de um humano.
Irreconciliável!

sábado, 31 de julho de 2010

Intensidade

De ti, nada sei. De mim, pouco esperei. Mas existem certos laços que já estão feitos, antes mesmo de que possamos vê-los e reconhecê-los, por isso suplico... Sei bem o que sente, porque teus olhos dizem sua alma até quando estão fechados, porque teus gestos pintam todo o seu quadro cúbico e multidimensional...

Não importa se está chovendo, ou se o sol está no alto com toda plenitude, o teu arco-íris é o único que sempre desejei e sempre vejo. E vejo apenas quando me respiras, quando me paralisas e tira o tom cinza mofo da vida insípida, insossa, insolúvel, insistente e insofismavelmente insustentável.

O que está a esperar? A epopeia de minha morte?

Devora-me, devora-me paixão ardil, consuma-me inteira, até que só reste o meu sangue e a tua plena graça, até que só restem do pranto as lágrimas secas, ou a gargalhada ensandecida. Pois de ti não quero mais nada além da força e da intensidade. Quero vida imersa no surreal, carne, sabor e cor.

Agarra-me com teus trêmulos braços cheios de vida pressentida. Ah... lindos olhos verdes de mar profundo, olha-me, olha-me, não se esqueças de mim, não se esqueças do meu amor e vocifera seus beijos tirânicos em meu todo corpo, todo calor, até o fim de uma eternidade.