terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mediocridade e Não precisa fazer sentido!

E a vida sem arte é como arte sem vida. Parece não possuir cor, e um arrombo assola a alma, espaço que não consegue ser preenchido... nem dinheiro, nem sexo, e nem gula. É como o pintor que se acomete de Parkinson, bloqueio gigantíssimo que trava a sensação de tempo, como se o disco rodasse, mais o som não sai da vitrola... e não basta trocar o disco. Dá-se um paradigma ao próprio paradigma, bobagem metafísica, nada consola o coração, e quando isso ocorre, que vá pro espaço a razão iluminista

Como partir para a paralaxe? Mudar-se a posição não se mostra fácil, e o até o infinito sem arte é um erro... mesmo na infinita paralaxe a arte é a arte, é o que o meu coração me diz, e ele prefere música e amor até a madrugada.

domingo, 18 de setembro de 2011

Parece que a precipitação sempre lhe ocorre. E o precipitar é sempre inoportuno. Coincidências do acaso, mas sempre quando precisou gritar, sair correndo ou enfrentar a fera, a precipitação era pra seu precipício interior, o que no mundo, o reflexo acaba sendo o seu silêncio. E em horas assim calar-se acaba sendo tão inoportuno quanto a precipitação.
E, por fim, quis grudar-se à terra, como se fosse só raiz, e desaparecer como qualquer poeira. Mas ao acreditar que toda matéria é vida, percebe-se que a poeira também se acomete do sofrimento, e mesmo que desapareça, para ela, sempre estará em algum lugar.

17 de julho de 2011

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Recorte...

E o coração calmo, despalpitante. Estado de serenidade profunda, combinada com o vento, que neste instante quase inexiste, uma surpresa para cidade, no qual o vento é forte. Os cabelos soltos, não balançam e os gestos apenas fluem com o ritmo das águas gélidas do rio.
Auto-instrução nas profundezas, transparência escura no corpo nu. A pele sempre branca e estremecida, ao alcance de uma pedra, pára. Um homem a viu. Qualquer um desconfiaria das roupas surradas, do cabelo emaranhado e da voz vil; mesmo assim, até o vento insiste em não se alarmar, em não gritar, pedir socorro.
Os pés do homem agitam as águas, ele nem tira as próprias roupas, como se molhá-las fosse o menos insignificante em uma situação, para outros olhos, instigante. Martírio do homem ao lutar contra ás águas e não chegar ao alcance da moça. Poderia estar mais quente, a vida menos turva aos seus olhos, sua boca menos seca e seu corpo mais úmido.
Finalmente, após longa luta, segura seu braço, impede o fluxo, e o coração? Continua calmo. Trazê-la para a terra, aos cuidados de não sujar-lhe o corpo. Finalmente um grito cortante, o susto, juntamente: o esmalte vermelho e o rosto juvenil:
- Socorro!!!
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Manchete: morador de rua encontra corpo de jovem desaparecida a três meses.
A jovem, de 15 anos, desapareceu em março, quando ia para a escola, tudo indica que seu ex-namorado, de 18 anos a seqüestrou. Segundo os policias o corpo apresentava sinais de violência sexual e foi jogado no Rio Itabiruno horas antes de o morador de rua, o senhor Ignaldo, encontrá-lo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Reflexões baratas de uma manhã de quinta!

Talvez o homem tenha tomado pra si o "pra sempre", e como resultado, dominado tanto o Planeta, com suas invenções e guerras e civilizações, por não aguentar o peso de sua ínfima existência. Sendo sozinho, não causa minímas cócegas ao Universo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Des'de tarde, no pôr-do-sol, a concepção iluminada. Que é cheia de vida, beleza, ou quem sabe, qualquer sentimento humano, que desemboque em saudade ou dor: um poema, um romance, ou simples desabafo a dar pontadas na cabeça do escritor.
Toda idéia é inspiração e pertinência. E o escritor já exausto na noite não pode dormir. O peito estala e a idéia na cabeça gira - e até os dedos se preparam para o exercício. É todo ânsia.
Então freneticamente a caneta desliza pelo papel até esgotar o pensamento, ou o sentimento? é um delírio literário, o abstrato em prosa ou verso.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Preocupação

sabe... a minha;
preocupa-me deveras...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Poema da Entrega

Entrego-me inteiriça sobre tuas mãos,
como um cordeiro entregue a seus deus
em sacrifício;
porque de mim, nada serei sem ti.

É melhor ser morte e imolação
do que secar incólume,
junto as folhas, no triste outono.

Saberei escorrei meu sangue em seu corpo
para que o ciclo não se quebre, e
com o fim desta vida terrena
possa renascer o nosso amor.

E, enfim, quando chorares minha perda, esganecido,
veja como na morte a vida se completa e surge,
num eterno retorno de águas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Inconsistente-me.

Ouvir a vida ao som do seu coração, tão certo, tão ritmado, tão livre nas suas prisioneiras batidas.

Quem sabe, poder tocá-los com minhas próprias mãos desencarecidas, sentir o pulsar de sua carne em meio as minhas unhas: coração e vida, para talvez sentir-me mente e lucidez, para talvez recuperar o brio, que ébria de morte, já perdi.

Recuperar meu próprio sangue em tua carne! Remexer as entranhas para supor alma enquanto mortal. Para enfim, supor a vida, alguma vida, qualquer vida... que reste neste miocárdio que tão lentamente insiste em aniquilar-se.

Quero escalar e escaldar a sua pele, descobrir cada filete de carnes, nervos e memórias. Quero reinventar o conceito dos teus orgãos, achar uma nova razão de ser para seus intestinos: alimentar-me jamais; e nova também para teus membros, embebedar-vos de prazer ligeiro e comovente, como a doce primavera da infância que nunca retornará, esquecendo-me, como sensação, inteira. E para teus miolos, ao invés de guardar, que sejam apenas vibrações para a completa distração e lapso.

Queria ouvir-te o que é terreno, sublime e breve, como um corpo que apodrece para o esquecimento.